Superalimentos: o mito da goji berry

Superalimentos: o mito da goji berry
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Por Alimentação Saudável - 08 de março de 2016


Se você pesquisar a tão falada goji berry, vai se surpreender com a lista de supostos superpoderes dessa frutinha. Parece que a gente vai comer uma baguinha (geralmente, ela é encontrada desidratada) e ficar, automaticamente: energizado, desestressado, imune a câncer, infecções respiratórias, catarata e glaucoma; com o colesterol reduzido, a memória tinindo, o sono reguladíssimo, a pressão arterial equilibrada… E olha que não chegamos nem à metade da lista. Ah, claro: “mais magro” também.

E será que dá para deixar tanta coisa a cargo de um ingrediente só, que vem de tão longe? Quem leu o post de ontem já sabe: a resposta é não. Não existe superalimento. Fora isso, os estudos sobre todas essas promessas da fruta não são conclusivos.

Semana dos Superalimentos no blog ‘Alimentação Saudável – de verdade’: por que você não deve apostar todas as fichas no superingrediente da moda

O sistema de saúde pública britânico, o NHS (National Health Service), fez um grande levantamento reunindo estudos sobre dez dos famosos superalimentos. É claro que a goji berry, com esse currículo invejável, entrou na lista. E um a um os supostos benefícios foram relativizados (não há evidências suficientes para garantir que a fruta melhore a imunidade ou a digestão, aumente a expectativa de vida ou previna o câncer).

Além de mostrar que a fruta não é mágica, o NHS deixou claro outro problema: ela é cara, porque vem de longe. E a saúde mora ao lado, na quitanda, onde dá para comprar uma variedade de frutas e legumes frescos. Isso sim é superalimentação.

Os nutricionistas não cansam de repetir, e a gente faz coro: assim como apenas um bom jogador não garante a vitória de um time, um único alimento – sozinho – não torna sua alimentação saudável. O que não deve dizer, claro, que você precisa ficar de mal com ela. O segredo é não se apaixonar perdidamente, sabe? Gosta de goji berry, sem problemas, pode comer. Mas coma também uva passa, damascos, figo turco…

Amanhã tem mais: o consumo de superalimentos causa um impacto pouco conhecido.

Foto: Freepik.com