#PraVariar: quem não tem feijão vai de...

#PraVariar: quem não tem feijão vai de...
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Por Rita Lobo - 23 de junho de 2016


Feijão carioca por R$ 15, ou até R$ 20 o quilo, quem já viu? Ainda não virou remarcação oficial, mas é fato: de grão em grão, o preço do feijão vai subindo. A razão, dizem os especialistas, tem a ver com a lei de oferta e procura. O que me faz pensar numa dica sobre procura: procure variar o feijão.

A variação é um dos princípios da alimentação saudável – saudável de verdade, conforme orientada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, que é nosso alicerce aqui no Panelinha. A variação garante que você consuma nutrientes de fontes diferentes e esteja, assim, bem nutrido, e sem deficiências de vitaminas, por exemplo. Sem contar que dá aquela agitada no cardápio da casa. "A alternância entre diferentes tipos de feijão e de outras leguminosas amplifica o aporte de nutrientes e, mais importante, traz novos sabores e diversidade para a alimentação", diz o Guia.

Bom, para começar, existem muitos tipos de feijão, além do carioquinha, eles são encontrados em feiras e mercadões Brasil afora. Mas tem outros grãos que entram fácil-fácil na rotina.

Ideias para variar o feijão
A lentilha é uma maravilha: é deliciosa e tem ao menos uma vantagem sobre as outras leguminosas: cozinha em menos de meia hora, não precisa de panela de pressão nem ficar de molho. Se você ainda não acha a lentilha deliciosa... Me dá uma chance? Além de fazer um bom refogado, com cebola e alho, tempere com especiarias, como cominho, páprica e canela (fica superperfumado e ultrassaboroso!). Você também pode usar curry ou haz el hanout, que combinam muito bem. Na hora de servir, esprema um pouco de limão, que dá um toque de acidez e deixa a lentilha ainda mais interessante – a sopa de lentilha com limão sempre aparece no cardápio lá de casa. Sirva com arroz (vira arroz sírio, clássico da culinária árabe) ou cuscuz marroquino. Também vira salada morna e um ótimo acompanhamento para o peixe.

O grão-de-bico é outra dica. Quem acompanha o nosso trabalho por aqui sabe que eu sou fã desse grão, especialmente aquele que a gente compra em lata pronto, porque ele é um atalho na cozinha e é uma opção saudável, já que é minimamente processado. Ele também pode ser comprado cozido e embalado a vácuo, mas se a ideia é economizar, o melhor é comprar seco. Há um bom tempo, lá em 2010, resolvi testar o cozimento do grão-de-bico seco de diversas maneiras, para descobrir qual é a mais prática e econômica, dá uma olhada. Mas, resumindo: assim como o feijão, precisa deixar o grão-de-bico de molho por 12 horas. E como demora para cozinhar, vai mais rápido na panela de pressão. A ideia é cozinhar numa panela e fazer refogado em outra. Ele vira salada, sopa, acompanhamento. Mas pode ser servido com arroz também, já que até faz um caldinho (tem que amassar bem os grãos!).

A ervilha seca é uma terceira ideia. Pensou em sopa? Nem sempre. Os indianos usam muito para servir como a gente serve o feijão por aqui. O preparo é bem simples: basta cozinhar a ervilha até que fique macia – ela funciona igual à lentilha, não precisa de molho e nem de panela de pressão. Em outra panela, faça um refogado diferentão, assim: aqueça algumas especiarias em azeite quente (pode ser cominho, semente de coentro, uma pitada de canela), então refogue alho e gengibre bem picadinhos (ou ralados), depois coloque tomate (e, se quiser, pimentão, mas cuidado para ele não se sobrepor a tudo), e refogue só um pouco, pra não amolecer muito. Daí é só misturar o refogado na panela da ervilha, colocar o coentro e deixar cozinhar um pouquinho (10 min) para pegar gosto em tudo. Mas, ó, esta sopinha aqui é nota 10 também, viu?

Como você faz para variar o feijão em casa? Me mostra pelo Instagram? É só marcar @RitaLobo (tô curiosa!).

Já leu o blog Alimentação Saudável hoje? Parceria entre o Panelinha e o Núcleo de Nutrição da USP, a página ensina a aplicar as regras para uma boa alimentação no dia a dia.

Foto: Editora Panelinha