Quatro textos sobre alimentação que você precisa ler

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Por Rita Lobo - 22 de fevereiro de 2018


O conceito de alimentação saudável baseado na definição de comida de verdade vem ganhando repercussão mundial. O modelo é estruturado sobre a classificação de alimentos por graus e propósito de processamento – criada pelo professor Carlos Monteiro, coordenador do Nupens, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP, parceiro científico do Panelinha.

Leia mais: conheça a classificação por grau de processamento


De acordo com esse modelo, a alimentação saudável é aquela baseada alimentos in natura e minimamente processados transformados em refeições com o uso de ingredientes culinários e complementada com alimentos processados. Ficam de fora os produtos ultraprocessados – aqueles que imitam comida, são feitos na fábrica e repletos de aditivos que tentam ou imitar características da comida de verdade ou esconder traços desagradáves gerados pelo ultraprocessamento. Assim, trata-se de uma visão que dipensa contar calorias ou decorar nomes de nutrientes e que não exclui da dieta nenhum alimento – apenas elimina os produtos que tentam imitar comida.


Confira quatro reportagens destacadas em dois dos principais jornais do mundo – o americano The New York Times e o inglês The Guardian.

Como a indústria viciou o Brasil em Junk Food

Leia a reportagem publicada no New York Times em setembro de 2017

Traduzida para o português aqui, a reportagem foi capa do mais influente jornal do mundo em setembro do ano passado.

A reportagem, que tem como uma das fontes o professor Carlos Monteiro, mostra como a indústria de alimentos ultraprocessados, pressionada pela queda no crescimento nos países ricos, usa táticas agressivas para expandir o consumo desses produtos em países em desenvolvimento, contribuindo para obesidade e problemas de saúde e se aproveitando da falta de informação das populações marginalizadas.


Vídeo: Como a Junk Food transformou o Brasil

No minidocumentário produzido para a reportagem, o professor Carlos Monteiro comenta como os ultraprocessados substituem as refeições baseadas em comida de verdade e trasnformam os hábitos alimentares, piorando consideravelmente a dieta da população.

Produtos ultraprocessados são metade das compras de alimento de famílias no Reino Unido

Leia reportagem publicada no The Guardian em 2 de fevereiro

Manchete do principal jornal do Reino Unido, o estudo liderado pelo professor Carlos Monteiro e publicado em edição especial do Public Health Nutrition, importante jornal de divulgação científica na área de saúde pública, levantou dados de consumo de países da Europa e detectou que mais da metade da dieta das famílias do Reino Unido é formada por produtos ultraprocessados.

Mais detalhes em português você encontra em post do blog Alimentação Saudável, aqui do Panelinha, produzido em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP.

Leia: Reportagem do The Guardian sobre consumo de ultraprocessados é baseada em pesquisa do Nupens.

Produtos ultraprocessados podem estar ligados a câncer, diz estudo

Leia reportagem publicada no The Guardan em 14 de fevereiro

Duas semanas depois de publicar a manchete baseada no estudo do Nupens, o jornal britânico divulgou reportagem sobre outro estudo da mesma edição especial do Public Health Nutrition Journal.
Nesta pesquisa, um grupo de cientistas da universidade de Sorbonne, na França, revela ter encontrado relação entre o consumo de produtos ultraprocessados e o aumento do risco de câncer. E isso é uma informação científica nova. Além de ser o gatilho da epidemia global de obesidade e estar relacionado a diabetes e hipertensão, os ultraprocessados também podem aumentar a incidência de câncer em populações que tenham consumo maior desse tipo de produto.


A chave para perder peso é a qualidade da dieta, não a quantidade, diz novo estudo

Leia reportagem publicada no New York Times em 20 de fevereiro

Poucos dias depois, foi a vez de o New York Times publicar reportagem sobre estudo do Journal of the American Medical Association (periódico que divulga estudos relacionados à área de saúde nos EUA) que aponta que há fortes evidências para embasar a afirmação de que não é a contagem de calorias ou a restrição na ingestão de nutrientes que leva à perda de peso no longo prazo. A medida mais eficiente para o emagrecimento, diz o estudo, é eliminar o consumo de produtos ultraprocessados.