Viva o arroz com feijão

Acho graça quando alguém se refere a qualquer tipo de carne como 'proteína'. É um modismo que revela um entendimento sobre alimentação comprometido, porque o nosso bom e velho arroz com feijão, por exemplo, também é uma excelente fonte de proteína. Comida é comida e macronutrientes são macronutrientes.

O feijão contém nutrientes como zinco, ferro e cálcio, e também 19 dos 20 aminoácidos essenciais. E quem tem o aminoácido que falta? Sim, salabim: o arroz.

A dieta brasileira não poderia ter base melhor! Aliás, dieta significa o jeito que comemos habitualmente, tem a ver com o estilo de vida e não com regime de emagrecimento. Mas, vale lembrar, está comprovado cientificamente, com base em evidências epidemiológicas que, quem come arroz com feijão engorda menos.

Essa dupla é tão poderosa que, hoje em dia, pra quem come arroz com feijão diariamente, recomenda-se até reduzir o consumo de carne. E fica fácil de entender quando olhamos pra estrutura do prato feito tradicional.

A FÓRMULA DO PÊ-EFE

Durante esses mais de 20 anos trabalhando com alimentação, percebi que por trás do nosso jeito de comer em casa no dia a dia, sem que ninguém tenha combinado, existe uma fórmula de alimentação saudável.

Pode perguntar pras mães com filhos em idade escolar: como foi o almoço de hoje? A resposta costuma ser: arroz, feijão, um leguminho, uma carne e salada.

Claro que há muita variação: um dia tem batata frita e bife, no outro é filezinho de frango, aí a salada pode ter cenoura ralada, ou em vez de salada um creminho de espinafre.

Quando a gente examina a composição nutricional do pê-efe, descobre que ele combina de maneira balanceada quatro grupos alimentares que são essenciais pra nossa alimentação diária.

CONHEÇA OS GRUPOS DE ALIMENTOS

O grupo das hortaliças inclui todos os legumes e verduras em suas infinitas possibilidades de preparo: refogado, assado, grelhado, in natura...

O grupo dos feijões representa todas as leguminosas. Isso quer dizer que você pode usar todos os tipos de feijão (branco, preto, roxinho, rosinha, verde, carioca, etc.) e também lentilha e grão-de-bico, que também são leguminosas.

O grupo do arroz é um pouco mais complexo. Ele inclui raízes e tubérculos. Isso porque, esses alimentos tem um pepel nutricional semelhante. Por isso, esse grupo é composto não somente pelo arroz, mas também por batata, milho, mandioca (pensou farinha ou farofa? tá certo!), mandioquinha e trigo, para citar alguns.

As carnes podem ser de todos os tipos (bovina, suína, pescados, de aves) e também ovos, que são um show de versatilidade!

No gráfico, você entende a proporção que cada grupo de alimentos deve ter no prato, pra que a refeição seja balanceada do ponto de vista nutricional. Mas é você quem decide o que vai comer! Digamos que, além do feijão e das hortaliças, você queira comer arroz, batata e macarrão, ué! Como faz? Pra não desbalancear, divida o espaço destinado ao grupo dos cereais, raízes e tubérculos com esses alimentos. O segredo é dividir em vez de somar.

E QUEM NÃO COME CARNE?

As leguminosas, como feijões, lentilha e grão-de-bico, são excelentes fontes de proteína. Pra quem não come carne, o segredo é caprichar nesses alimentos. O feijão entra no grupo das carnes e, assim, soma 25% do prato.

Veja aqui ideias e receitas pra variar o pê-efe no dia a dia.

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