Receita de pai e mãe

Receita de pai e mãe
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Por Rita Lobo - 19 de outubro de 2017


Quando saiu o documentário ‘O Começo da Vida’, pilhei todo mundo para ver (dá para ver no Netflix!). Gostei tanto, que tive votade de ter mais filhos (brincadeira!), mas quis voltar para o começo da vida dos meus filhos. Uma das coisas que me chamou a atenção foi a maneira como é colocada a diferença do papel que mãe e pai têm na criação dos filhos.

As famílias são únicas, diferentes em tantos sentidos, mas no geral as mães oferecem conforto, acolhimento, segurança, e o pai mostra o mundo, apresenta (e expande) o horizonte das crianças pequenas. Tira do colo quentinho da mãe. E isso pode ser tão difícil! Para a mãe, certamente, e para os filhos também. É um desafio para todos. Claro que a gente quer ver os filhos crescendo para serem independentes, autônomos, mas é tão gostoso ficar com eles no colo! E olha que legal: esses dois movimentos tão antagônicos (para dentro, para fora), quando bem balanceados, formam uma estrutura rica de desenvolvimento.

Filhos se sentem seguros para explorar territórios cada vez mais amplos quando sabem que podem contar com a segurança do colo.


De volta à cozinha, ou melhor, à temporada Receita com Memória, a gemada da minha mãe é o puro colo, um colo encorajador, que alimenta a vontade de explorar o mundo, mas ainda assim um colo. Já as receitas que me fazem pensar no pai exemplificam superbem esse papel de passagem aérea: são recheadas de referências, levam para a mesas em outros cantos do planeta.

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O conforto da mãe e o horizonte do pai podem servir de inspiração para a definir o cardápio – do dia a dia e das ocasiões especiais. Pode virar um exercício, até na hora da feira. Qual é o ingrediente que a gente nunca leva para casa? Vamos colocar no cardápio da semana, explorar novos sabor, mas sem deixar de lado o porto seguro do arroz com feijão. O mais legal é que, com o passar do tempo, depois de preparar um ingrediente novo três ou quatro vezes, ele também vai ficando familiar. E assim a gente vai ampliando o repertório, crescendo, virando gente grande – em qualquer idade.